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sexta-feira, 14 de novembro de 2008

MENSAGEM IMPORTANTE DA CRUZ VERMELHA

Mensagem importante da CRUZ VERMELHA
Esta é uma recomendação da Cruz Vermelha a nível mundial: As ambulâncias e emergências médicas perceberam que muitas vezes nos acidentes da estrada, os feridos têm um telemóvel consigo. No entanto, na hora de intervir estes doentes, não sabem qual a pessoa a contactar na longa lista de telefones existentes no telemóvel do acidentado. Para tal, a Cruz Vermelha lança a ideia de que todas as pessoas acrescentem na sua longa lista de contactos o NUMERO DA PESSOA a contactar em caso de emergência.
Tal deverá ser feito da seguinte forma:
'AA Emergência'  (as letras AA são para que apareça sempre este contacto em primeiro lugar na lista de contactos).
É simples, não custa nada e pode ajudar muito a Cruz vermelha ou quem nos acuda. Se lhe parecer correcta a proposta que lhe fazemos, passe esta mensagem a todos os seus amigos, familiares e conhecidos. É tão-somente mais um dado que registamos no nosso telemóvel e que pode ser a nossa salvação.

ELES AMAM A GUERRA

Esta semana a SIC Notícias, o Semanário Angolense na sua edição de n.º 290 de 08 a 15 de Novembro de 2008, entre outros mídias nacionais e internacionais, abordaram o envolvimento directo e indirecto de Angola na guerra da RDC.
O que se tem estado a ouvir, ler e assistir, não constitui novidade, uma vez que são questões que têm sido debatidas deste 2006, com maior abrangência.
Verdade ou não, o Semanário Angolense fala do pedido de Nicolas Sarkozy, no sentido de Angola, enviar tropas a RDC. A SIC esta semana abriu um dos seus jornais com a notícia de que Angola, enviou tropas à guerra da RDC. 
 
Notícias do Jornal de Angola sobre a crise na RDC
  • 7 de Novembro, publica uma matéria em que aborda uma Declaração do Governo exprimindo solidariedade ao Governo Congolês e, condenando as acções dos rebeldes. Segundo o JA nesta declaração o governo angolano, também condena a ingerência externa, afirmando que ela apenas contribui para o agravamento do conflito.
Ainda nesta edição, é destacada a preocupação da SADC, manifestada no encontro de 3 a 5 de Novembro em Maputo capital moçambicana
  • 13 de Novembro, noticiou que o Conselho de Segurança da ONU apesar de ter discutido no dia 11 de Novembro, este órgão ponderou o reforço dos efectivos da MONUC. Um relatório do Secretário Geral Ban Ki-moon, será submetido ao Conselho para discussão e no final do mês se chegará a uma posição mais concreta.
  • 14 de Novembro, SADC admite intervir no Congo Democrático com as suas "forças em alerta". "A SADC já tem um mecanismo de alerta, criado na cimeira de Lusaka em 2007, que pode vir a ser chamado. E, par este efeito, é necessário analisar como é que a SADC vai colocar a missão no terreno e como é que a União Europeia pode aumentar a capacidade deste comando em termos logísticos, e outros meios que eventualmente essas unidades possam necessitar." frisou George Chicoty, in JA. 
Analisando as últimas notícias, tudo indica que o nosso país demagogicamente apela a não ingerência de forças externas no conflito Congolês, mas irá participar das forças da SADC e outras para enviar os filhos de milhares de mães e pais angolanos, para mais uma guerra.
Parece que amamos a guerra e, não aprendemos as lições que as guerras nos têm dado.
Não é com o povo Congolês que a SADC, UE, França e Angola particularmente estão preocupados, o povo é o bode espiatório, como sempre. 
Existem outros interesses, outras motivações que fazem estes políticos amarem tanto a guerra. Todos somos livres de amar o que queremos, mas não somos livre de arrastar os outros ao nosso amor, sem pedir licença.
Penso que já é altura de questionar a legitimidade dos políticos e das políticas de mandar filhos de mulheres e homens, para guerras em casa do vizinho, ou de outros povos mais distantes.
Senhores Deputados da Assembleia Nacional, que prometeram não dormir mais durante as sessões, não ser cego aos problemas do povo e não comportar-se como adeptos do governo.
Senhores Ministros com pastas e sem pastas, que prometeram desta vez, mostrar trabalho de verdade, para o chefe ver que acataram bem a mensagem de "falar menos e trabalhar mais".
Senhor Presidente da República, que prometeu nos garantir a estabilidade, segurança, unidade etc e mais as propagandas das eleições.
Senhor Presidente da Assembleia Nacional, que se comporta como governante e manda recado de piada ao Dr. Savimbi, esquecendo-se de que ele já morreu, e que já não és Primeiro-Ministro, que o Cassoma agora senta no teu lugar.
Senhoras que entraram na Assembleia e no Governo, por via da propaganda eleitoral do género, que prometeram não se esquecer que são mães, mulheres, namoradas, irmãs, avós, amantes e outras coisas que não vou falar agora.
NÓS NÃO QUEREMOS MAIS GUERRA, 
  • Deixem os nossos filhos estudarem, mesmo que seja em escolas de dúvidas, onde os vossos filhos não entram.
  • Deixem os nossos filhos, mesmo que não sejam donos, pelo menos, trabalharem nas empresas deste país, ao invés de ir à RDC.
  • Deixem de amar a guerra, se não querem, que a beijem sozinhos.
  • José Eduardo dos Santos, não cometa este erro, as mulheres e homens, mães e pais, namoradas, amantes, irmãos e irmãs, primos e primas, avós e avôs, dos jovens que irão morrer na guerra da RDC, não te votarão nas presidenciais e se não houver batota poderás perder.
ACABEM COM AS GUERRAS SEM MAIS GUERRA.
Jornalista Independente.
 

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Uma missão que vale, para soltar o coração.

Meus amigos e companheiros, quero vos contar uma história, destas histórias que são verídicas, são reais, nas quais somos participes e, por isso, nos identificamos mais com elas.

Podem ficar descansados, não falarei das chuvas, do trânsito, das pessoas com deficiência, da minha família, do meu novo emprego, do antigo, nem de outra coisa qualquer, que até dava-me algum jeito.

Bem, muitos de vocês sabem, que desde a década de 90, estou envolvido em movimentos associativos (minha paixão e aprendizagem), cujas causas sempre foram humanísticas, como é óbvio. Durante estes anos, muitas coisas boas me têm acontecido, as más também, mas não é delas que vou falar.

Ok, continuando... bem é melhor entrar no assunto e deixar as introduções de lado, porque se não, vocês ficam cansados, chateados e dirão este Will...

E tudo começou...

Estávamos no final do mês de Novembro de 2006, quando subia a euforia do triângulo festivo. Num dia que não era belo, passava pelo Zé Pirão (na verdade nunca percebi porque é que deram a esta zona o nome de Zé Pirão, o certo é que em Benguela pirão é o que em Luanda chamam de funge de milho, talvez tenha vivido ai o Sr. José que comia muito pirão, mas isto já são estorias), no Maculusso e, bem na esquina encontrei...

... Encontrei, não a mulher com a qual me vou casar, não a mulher por que me apaixonei, não

sim... encontrei as mulheres que diariamente são ignoradas e desprezadas por muitos, as mulheres que suportam as corridas dos polícias e fiscais, porque lutam para sobreviver, num país em que apenas alguns vivem e os que sobrevivem são um incómodo, mas a malta mesmo assim não desiste, é somos teimosos na nossa pobreza, queremos também viver. Eh sempre fui de opinião que o fenómeno da venda ambulante, é um dos reflexos da nossa extrema pobreza e, como tal, tem sido muito mal resolvido.

Bem depois de fazer a esquina, me deparei com estas mulheres, todas sentadas a vender os seus produtos, naquele instante me apeteceu fotografar, filmar ou pintar um quadro com a imagem delas, mas não sei pintar, não tinha câmara fotográfica ou de filmar. Como não podia fazer nenhuma destas coisas, me aproximei apesar de estar ligeiramente atrasado, e comecei a conversar com as mesmas, principalmente com a que estava em estado de gestação.

Neste dia fiquei uma hora a conversar com as senhoras sobre a vida, aproveitei para sensibilizar a nossa irmã que estava em estado de gestação, sobre os cuidados que devia ter e da importância das consultas de pré – natal e aderência ao programa de corte da transmissão vertical, que felizmente o nosso controverso país tem de forma embrionária e, ainda bem, oxalá se estenda rapidamente.

A transmissão vertical ocorre quando uma mãe com VIH transmite o mesmo ao seu bebé durante a gravidez, serviços de parto e ou amamentação, no entanto, a corte da transmissão vertical, pode impedir que isso ocorra. De referir que o corte da transmissão vertical é uma terapia que permite a partir do momento que se identifique que a mãe tem VIH, tomarem medidas de prevenção a fim de impedir que o filho nasça com VIH.

Depois de terminar a conversa, pelo caminho comecei a me sentir cada vez melhor, sentia algo de especial, constatei que aquelas mulheres muitas vezes, apenas precisam de alguém que as possa ouvir. Naquele momento me senti uma pessoa prendada, um anjo em cadeira de rodas que tinha de estar ali, para cumprir uma missão, um dever de permitir aos outros o direito à informação.

Meses depois voltei a passar pelo mesmo local e observei que uma mulher vinha a correr em minha direcção gritando: Mano, mano, mano...

E parei, a mulher eufórica disse: Mano, lembra naquele dia que nos falaste aquelas coisas sobre SIDA! Daquela mana que estava grávida? Ela teve, é rapaz e vai ser teu chará, por isso, dá só o teu nome.

Sem muitas palavras e questionamentos, (o que frequentemente tenho feito) peguei uma folha de papel e esferográfica para escrever o meu nome.

Dois meses depois, num fim-de-semana, na rua da Liga africana ao caminho de uma pastelaria para um dos meus habituais lanches, outra senhora que esteve no mesmo grupo, me pediu para parar e disse: Manas lembram este mano, naquele dia estava a nos falar coisas boas, parece que Deus tinha lhe enviado.

Se dirigindo a mim solicitou: Mano fala só mas o teu nome, o teu chará ainda não lhe demos nome.

Neste instante outra senhora do grupo pergunta:

Mas qual é a mana que estas a falar?

A sulana, ela tava grávida e o mano deu bons conselhos, agora ela e o marido, querem saber o nome para dar a criança.

É verdade, mano teu chará é bem bonito, tem cabelo grande, é fino...

Risos...

Enquanto elas falavam eu ouvia com atenção e escrevia em uma folha de papel, um dos meus nomes próprios, claro. Depois de lhes entregar o papel, me despedi.

Depois escrevi e vos enviei, agora vocês leram e sabem.

LABORATÓRIOS TRANSPARENTES

Este texto foi escrito no dia 24 de Setembro de 2005, depois do meu grande amigo Nazaré Ndala ter visitado o quarto e sala que tivera arrendado na altura, no bairro Sambizanga.

Impulsionou a indignação de meu amigo, pelo facto de possuir no meu chimbeco, mais livros, papeis, material informático, do que mobílias. “Isso parece mais um escritório, do que uma casa” afirmou, rapidamente respondi-lhe “este local é o meu laboratório social. É aqui que formulo as minhas ideias.” Ele olhou para mim e sorriu…

Quando falamos deste espaço, vem-nos logo a mente a imagem de equipamentos sofisticados, reagentes químicos, fórmulas, epidemias, tecnologias de ponta, homens de batas brancas, etc.

O certo é que ultimamente temos observado a existência de muitos laboratórios para encomenda e poucos para a demanda resolutória de malambas.

Basta visitar ou aventurar-se em as voltas dar a Luanda, quando não é ela a dar-nos, para lermos tudo de mau a pior, ou seja, um verdadeiro terrorismo que é quotidianamente feito a esta que é a língua de todos nós, o nosso património.

Existem barbearias cujo placar encadeado, diz o seguinte, ou melhor, conseguimos e com muito esforço observar o seguinte: “Aqui faz-se cabelos de todos tipo, homem, criança, mulher e jovem”; em outros estabelecimentos encontramos escrito, a três pancadas é claro, “comcerta-se geleira”; “recachotagem”; “há chopa”; “desboqueamos, descodificamos, reparamos, motamos, vendemos saudos movicel unitel e telemóvel cem e com numero, preço da igreja”.

Épa! Meus amigos isto só mesmo a rir, porque nem a sonhar devemos deixar que estas situações perdurem. Peço que analisem profundamente o último reclame, a que alguns teimam em denominar “reclamo”.

Meus senhores se não reclamarmos agora e agirmos de imediato, este laboratório desenvolverá, se potencializará e aí nada, nem ninguém, alguém, qualquer um, muito menos todo mundo poderá imunizar os vírus que nestes laboratórios circunstanciais estão a criar.

Este país, esta pequena África, que é para os compatriotas que nunca sonharam estar em outras fronteiras, dos que vivendo nas fronteiras do Congo, da RDC, da Zâmbia, da Namíbia, nunca experimentaram a aventura colombiana ou diogocanina de pisar outros solos.

Esta mesma pequena e humilde África dos que devido as guerras das independências, das democracias, pós 1992, de tribalismos e de abusos tiveram que partir, uns para hoje voltar e ou para amanhã apenas vir passear, e outro tomorrow forever.

Como dizia esta África grande, do ritmo do Semba e das canções da Makeba, da qual a minha Angola (pequena África faz parte) merece muito mais.

Tal como estes termos dos “reclamos luminosos, encadeados, aluminados”, vêem como é transmissível, por isso é que reclamo contra estes reclames, e reclamo com tudo que nos faz mal, e que mal se faz.

Os laboratórios em que são produzidas estas ideias, inclusive a ideia de que o meu país que é de Cabinda ao Cunene, deve agora ser do Zaire ao Cunene, tendo África mais um país, ganhando as nações unidas e a SADC mais um país membro, estando os americanos e ingleses dispostos a farsa de chamar aos nossos irmãos de “hello, Cabindas this is my brother”, “I help Cabinda development for progress”.

Olhem desculpem-me donos da língua, foi apenas a gozar, é que não domino a vossa língua como muitos de vós não o fazem em relação a nossa, mas respeito acima de tudo vosso internacional idioma. Porém não sou católico, protestante, muçulmano com a vossa ideia de esgotarem nossos poços, dividirem-nos pelo petróleo, e fingirem que nos ajudam, quando devíamos negociar, intercambiar, mas vocês simplesmente tentam corromper-nos e fazer-nos de pedintes.

O meu 5.º sonho é o de podermos livrar-nos de um determinado tipo de políticos africanos, que nos envergonham em negociações estranhas. Temos a consciência de que o mal não vem apenas de fora, existem africanos que nasceram com o dom extraordinário de comprar e mesmo conseguir de forma gratuita desgraça para o nosso povo. Estes anteprojectos de políticos, têm os segundos descontados…

Mais hoje descobri! Hoje quero mostrar-vos que existem outros laboratórios, não os LabOratórios, mas um laboratório de esperança, constituído de livros constantemente lidos e claramente compreendidos. Precisamos desenvolver laboratórios de saber, de conhecimento, onde possamos reciclar os que cometem em vês de os descartar, um laboratório de unidade, o laboratório da Angolanidade.

Por hoje ficam aqui minhas escritas instantâneas, até que um dia continuem ali-acolá-lá.

sábado, 1 de novembro de 2008

AS UNIVERSIDADES ANGOLANAS NÃO SÃO INCLUSIVAS

Cerca de 99% das universidades angolanas não possuem condições que permitam a adequada inclusão das pessoas com deficiência

Adão Ramos, é um jovem com deficiência física, estudante de Ciências Políticas da Faculdade de Letras e Ciências Sociais da Universidade Agostinho Neto, afirma que “as universidades angolanas não estão preparadas para receber todos, sem constrangimentos, barreiras e em igualdade de acessos.”

Esta afirmação foi feita numa altura em que o cenário das Universidades não assegura a livre escolha dos meios e recursos disponíveis para as Pessoas com Deficiência, limitando assim a integração e a participação, pondo em causa a igualdade e as oportunidades.

Um levantamento feito às Universidades, permitiu constatar que as universidades Técnica de Angola, Lusíada, Privada de Angola, Óscar Ribas e Jean Piaget, não têm condições de acessibilidade às pessoas com deficiência.

Na Universidade Metodista de Angola, logo à entrada encontramos uma escada que não permite o acesso fácil às Pessoas com deficiência. Para um cidadão com deficiência em cadeira de rodas, poder entrar a universidade com relativa independência é quase obrigatório usar as instalações da Igreja Metodista, anexa às instalações da Universidade.

No interior da Universidade a mobilidade entre os pisos tem de ser feita por meio de elevadores.

Situação quase idêntica verifica-se no pólo do Palanca, onde se observam algumas rampas à entrada, e, no interior, se utiliza um elevador, cujas chaves ficam em posse de um funcionário que nem sempre está à disposição das pessoas.

“Se estivermos a falar de acessibilidade das pessoas com deficiência, no real sentido do termo, podemos concluir que a Faculdade de Letras e Ciências Sociais, não é inclusiva.” Rematou Adão Ramos, quando questionado sobre as condições de acessibilidade na faculdade em que estuda.

As nossas Universidades, e a própria Secretaria de Estado para o Ensino Superior, não perceberam ainda que a inclusão proporciona aos estudantes com deficiência, a superação de várias barreiras, assim como um crescimento académico significativo, a oportunidade de socializarem e de beneficiarem com as experiências não académicas, no ambiente universitário.

Quando procuramos saber se os factores que influenciam para que as Universidades não tenham a acessibilidade como uma prioridade, está ou não relacionado com o pouco número de estudantes com deficiência, o nosso entrevistado rebateu, dizendo que “as condições de acessibilidade às Universidades não devem depender da existência de um grande número de pessoas com deficiência a frequentar o ensino superior. Esta visão é reducionista do que são a evolução e a inclusão social.”

Um dos factores relacionado com as barreiras arquitectónicas nas Universidades é o facto de constituir um assunto não debatido. Este cenário deve-se fundamentalmente à fraca sensibilidade dos gestores das instituições universitárias, dos governantes e pressão da sociedade civil.

Quanto às obras que estão, neste momento, a ser feitas na Faculdade de Letras e Ciências Sociais, que não contemplam a eliminação de barreiras, o nosso entrevistado diz ser uma demonstração deliberada de discriminação e pouca valorização das pessoas.

Das Universidades visitadas, em nenhuma foi observada uma localização e medição de vagas de estacionamentos adaptadas às Pessoas com Deficiência, a maioria não possui rampas e portas de acesso, bem como outros elementos adaptados como elevadores, salas de aula, etc.

Diante da tanta dificuldade, Adão Ramos afirma que “às Pessoas com deficiência, que se registem a estudar são heroínas.”

As entidades gestoras do ensino superior precisam de estar conscientes de que as barreiras urbanísticas e arquitectónicas impedem as Pessoas com Deficiência de aceder a determinados espaços das Universidades e estas dificuldades físicas podem implicar, num futuro, carências no seu desenvolvimento pessoal.

Neste sentido, existe um grande trabalho a ser feito na preparação da comunidade académica, a quebra das barreiras arquitectónicas, de atitudes e pedagógicas, apoio humano e material imprescindíveis ao pleno desenvolvimento das Pessoas com Deficiências.

Para tal, torna-se necessário que, por um lado, a Secretaria de Estado para o Ensino Superior, dê a orientações precisas quanto a esta matéria, por outro, que as organizações da sociedade civil e pessoas com deficiência possam pressionar mais, a fim de garantir estes direitos e fazer valer a Constituição da República que estabelece que somos todos iguais perante as leis, e que não deve haver nenhum tipo de discriminação.

Gotinhas de boas práticas

Neste contexto de inúmeras barreiras arquitectónicas, de atitude e pedagógicas, aliadas ao estigma e descriminação as Pessoas com Deficiência.

Destaca-se a UnIA – Universidade Independente de Angola, que desde 2005 tem rampas de acesso e WC em melhores condições que as restantes universidades. De referir que tal, verifica-se apenas no antigo edificio, uma vez que a nova estrutura possuí barreiras arquitectónicas.

A Faculdade de Direito da Universidade Agostinho Neto, inseriu recentemente um sistema que permite às pessoas com deficiência visual, assistirem às aulas normalmente.

“Das Universidades a que já fui a UnIA foi a única em que encontrei rampas e casas de banho, preparadas para pessoas com deficiência. Por isso, devemos referenciar este avanço.” Frisou Adão Ramos.

Will Bento Tonet, Jornalist independent